ABRAPPAC
Cenário desafiador: indústria da cannabis na cruzada pela conformidade com a Anvisa

Adaptação em tempos de crise e a necessidade de ampliar o tempo para estudos sobre canabinoides

Publicada em 19/03/2024

capa

Compartilhe:

João Negromonte

A trama regulatória que envolve a cannabis medicinal no Brasil se torna cada vez mais complexa, com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) navegando em águas turbulentas enquanto busca regular este mercado em rápido crescimento.

As diretrizes estabelecidas em 2019, em resposta às crescentes demandas de pacientes, marcaram um ponto crucial na trajetória de legitimidade desses produtos terapêuticos. No entanto, o relógio implacável do prazo para a apresentação de estudos de eficácia terapêutica dos canabinoides, responsáveis por garantir as boas práticas de fabricações para um produto se tornar medicamento, cria um desafio adicional, especialmente diante dos obstáculos gerados pela pandemia.

Bruna Rocha, voz ativa como diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria de Canabinoides (BRCann), em entrevista ao portal JOTA, destaca os percalços enfrentados pelo setor devido à crise global.  

“A pandemia impôs desafios sem precedentes, impactando diretamente as operações de pesquisa e desenvolvimento”, enfatiza Rocha. “Muitos dos estudos vitais para comprovar a eficácia dos produtos estão em um impasse devido a atrasos significativos.”

Diante deste quadro desafiador, a indústria clama por uma extensão do prazo, reconhecendo a importância de garantir a segurança e a eficácia dos produtos.

Até dezembro de 2023, um total de 26 produtos obtiveram aprovação da Anvisa, impulsionando um crescimento notável nas vendas e refletindo a crescente aceitação por parte dos pacientes em busca de alternativas terapêuticas.

A esperança reside na sensibilidade da Anvisa em compreender os dilemas enfrentados pelo setor e considerar favoravelmente a solicitação de prorrogação do prazo, mantendo sempre em foco a segurança e o bem-estar dos pacientes.

Além do apelo por mais tempo, Bruna destaca a urgência de uma legislação mais abrangente para regular de forma clara e consistente a pesquisa e o cultivo de cannabis no país. “Uma estrutura regulatória sólida seria fundamental para impulsionar o crescimento sustentável do setor, estimulando investimentos e, em última análise, tornando os produtos mais acessíveis para aqueles que deles necessitam”, conclui.

Crescimento Exponencial: Os Motores do Aumento de Pacientes Medicinais de Cannabis no Brasil em 2023

Anuário da Cannabis Medicinal 2023 revela um panorama extraordinário: um impressionante aumento de 130% no número de pacientes medicinais de cannabis no Brasil em apenas um ano. Com um total de 430 mil brasileiros agora conduzindo tratamentos à base de cannabis medicinal, este crescimento expressivo destaca a crescente importância desse setor para a sociedade.

Na coluna de hoje, exploraremos os principais fatores que contribuíram para esse fenômeno, desde as regulamentações da Anvisa até o papel crucial do conhecimento na evolução desse ecossistema.

A regulamentação desempenha um papel fundamental no cenário da cannabis medicinal no Brasil. Atualmente, 51% dos medicamentos vêm de fora do país, com cerca de 219 mil pacientes realizando importações, através da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 660.

Com a implementação da RDC327, que rege a venda de medicamentos à base de cannabis em farmácias em 2019, houve uma mudança notável na disponibilidade desses produtos para os pacientes. 

Adicionalmente, a participação do SUS (Sistema Único de Saúde) merece destaque, uma vez que, até a metade de 2023, o SUS gastou expressivos R$165,8 milhões no fornecimento público de derivados da cannabis. Essa contribuição significativa do Estado destaca a crescente importância do setor de cannabis medicinal no contexto da saúde pública.

No entanto, é crucial observar que, mesmo com avanços regulatórios, desafios persistem, incluindo a necessidade de implementação efetiva de projetos de lei em alguns estados, como em São Paulo. Esses elementos regulatórios moldam o panorama do acesso, financiamento e distribuição de tratamentos à base de cannabis no Brasil, influenciando diretamente a experiência dos pacientes e profissionais de saúde no país.

O aumento no número de produtos à base de cannabis medicinal é notável, com mais de 1.7 mil opções disponíveis em 2023. A queda nos preços e a diversificação desses produtos impactaram diretamente o cenário médico, trazendo mais marcas e empresas para esse ecossistema.

Representantes visitam mais médicos, introduzindo a cannabis como uma alternativa viável para uma variedade de condições médicas, incluindo epilepsia, Parkinson, glaucoma, câncer e esclerose múltipla. O acesso expandido a produtos nas farmácias, por importação e via associações tem ampliado a gama de opções para pacientes e profissionais de saúde.

O crescimento exponencial do mercado é um sinal claro do potencial significativo da cannabis medicinal no Brasil. Com 2/3 dos municípios nacionais recebendo importações desde 2019, é crucial destacar como esse desenvolvimento impacta positivamente o setor. O aumento da atenção para novas regulamentações é inevitável, pois o mercado mais do que dobrou em um ano, atingindo um marco impressionante.

Enquanto o Brasil testemunha um notável aumento no uso medicinal da cannabis, esse movimento não está isolado. Globalmente, diversos países têm experimentado uma expansão semelhante, reconhecendo os benefícios terapêuticos da cannabis.

Na Europa, por exemplo, países como Alemanha e Holanda avançaram significativamente em suas regulamentações, proporcionando aos pacientes maior acesso a tratamentos à base de cannabis. Essa tendência internacional sugere uma mudança paradigmática na percepção global da cannabis medicinal.

Essa expansão global traz consigo uma série de benefícios para a população brasileira. Com o aumento da aceitação e regulamentação em diversos países, a pesquisa e desenvolvimento de produtos relacionados à cannabis têm se intensificado, resultando em inovações que podem ser acessadas e beneficiar diretamente os pacientes brasileiros.

Além disso, a colaboração entre nações nesse campo possibilita o compartilhamento de conhecimento, experiências e melhores práticas, contribuindo para uma abordagem mais abrangente e eficaz no tratamento de condições médicas variadas. Ao acompanhar e integrar as evoluções globais, o Brasil pode aproveitar as oportunidades emergentes, promovendo uma abordagem mais holística à saúde e proporcionando uma gama mais ampla de opções terapêuticas aos seus cidadãos.

Em um país onde 6,9 milhões de pessoas são potenciais pacientes às terapias com cannabis para 23 condições médicas, o desafio agora é expandir ainda mais o conhecimento. A participação do SUS, com um gasto de R$ 165,8 milhões em fornecimento público desses derivados até a metade de 2023, destaca o papel crucial do Estado nesse cenário.

Definitivamente, o conhecimento será a chave para o desenvolvimento contínuo da cannabis medicinal no Brasil, unindo pacientes, profissionais de saúde, empresas e reguladores em um ecossistema pulsante e em constante evolução.

Sobre as nossas colunas

As colunas publicadas na Cannalize não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem o propósito de estimular o debate sobre cannabis no Brasil e no mundo e de refletir sobre diversos pontos de vista sobre o tema.​

Uso do canabidiol (CBD) no controle do Bruxismo e dor facial

Deixe um comentário / Bem Estarbruxismo e DTModontologia canabinoiode

O que é Bruxismo?

O bruxismo é um hábito parafuncional que leva o paciente ao apertamento os dentes de forma involuntária durante o sono (Bruxismo do Sono) ou, durante o dia, de forma semi-voluntária (bruxismo em vigília) É observada em pacientes de todas as idades e geralmente está relacionada ao alto nível de estresse. Pode causar desgastes nos dentes e agir como um dos fatores causais das dores orofaciais, dentre elas tipos específicos de cefaléias e distúrbios da articulação temporomandibular. (ATM), que faz parte de nosso sistema estomatognático (composto por ossos, músculos, articulações, dentes,
lábios, língua, bochechas, glândulas, artérias, veias e nervos).

O que é DTM?

A disfunção temporomandibular (DTM) surge a partir de um conjunto de fatores, como hábitos parafuncionais, alterações hormonais, severas maloclusões, traumas locais e alterações sistêmicas que levam ao desenvolvimento de alterações degenerativas articulares (DTM ARTICULAR) ou alterações e lesões nos tecidos musculares da face, responsáveis pela mastigação, fonação e sustentação da face.

Sistema endocanabinoide (SEC): a função dos
endocanabinoides

Possuímos em nosso corpo um sistema especifico por promover a homeostase ou equilíbrio dos demais sistemas do corpo, denominado de sistema endocanabinoide (SEC), composto por receptores
canabinoides CB1 e CB2. Produzimos desde quando nascemos dois principais endocanabinoides:
a Anandamida e o 2 Araquidonilglicerol (2AG). Interessante que o termo “Ananda” é oriundo do Sânscrito (língua mais antiga do mundo) e significa felicidade.
Esses endocanabinoides atuam diretamente em receptores específicos do SEC, do que são eles CB1 e CB2, se ligando a eles. E os ativam, produzindo respostas que atuam no Sistema Nervoso Central e
Periférico. Promovendo respostas terapêuticas como analgesia, aumento da imunidade, efeitos neuroprotetores, além de estimular a neurogênese.

O CONTROLE DO BRUXISMO, DA ANSIEDADE E DTM, COM
CANABIDIOL

O correto diagnóstico, da DTM e do bruxismo, é imperativo para o bem estar do paciente.
“Durante a pandemia, os casos de bruxismo aumentaram em larga escala. Isso se deve também, aos quadros associados à ansiedade, presente na maioria dos pacientes.” alerta Guilherme Arthur Martins,
especialista em Implantodontia e Periodontia. Prescritor de
canabidinoides na Odontologia. Ele atua com sua equipe, no controle e alivio dos sintomas da DTM e do bruxismo, compostos por especialistas nas áreas de cirurgia buco- maxilo-facial, ortodontia, prótese e dor orofacial. Os pacientes com ansiedade e que tem bruxismo em vigília, ou bruxismo do sono, podem desenvolver dor orofacial ou DTM. Assim, o CBD é uma excelente opção por atuar de forma dupla no controle da dor e ansiedade do paciente. Pois o Canabidiol possui propriedades,
miorrelaxantes, anti-inflamatórias e ansiolíticas.” Os canabinoides vieram para ficar, e trazer ao paciente uma nova opção terapêutica. Pois o uso, como a correta indicação e devido
acompanhamento pelo profissional, pode reduzir drasticamente o consumo de alopatias como os anti-inflamatórios e os benzodiazepínicos.

Guilherme Arthur Martins – CRO-DF: 4384

  • Graduado na UNESP pela Faculdade de Odontologia – Araraquara/SP em 1997
  • Especialista em Implantodontia e periodontia
  • Pós graduado e palestrante em Cannabis Medicinal
  • Membro da Aliança Verde Brasília – Instituto de Pesquisas Científicas das Plantas
  • Mwmbro da SBEC – Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis
  • Membro da APMC – Associação Pan-americana de Medicina Canabinoide
  • Membro da SBOE – Sociedade Brasileira de Odontologia Estética
  • Membro do International Cannabinoid Research Society – ICRS 
  • Co-autor do livro “Tratado da Cannabis Medicinal no Brasil”, capítulo de Odontologia
Caminhada pela epilepsia reuniu aproximadamente 700 pessoas na Paulista

“A caminhada na Avenida Paulista representou não apenas um movimento físico, mas também um passo significativo em direção a mais direitos e melhorias para os pacientes com epilepsia”, afirmou Maria Alice Susemihl, Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia.

Denise Tamer

Compartilhe:

marcoroxo

4.5/5 – (10 votos).

Amanhã, dia 26, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre a Epilepsia. No marco das celebrações do “Março Roxo”, mês inteiro dedicado a esta doença neurológica, aconteceu na tarde de ontem a já tradicional caminhada na Avenida Paulista que fomenta informação e inclusão sobre a condição.

Organizada pela Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) a caminhada contou com aproximadamente 700 pessoas segundo a ABE.

O foco foi informar, combater estigmas e também cobrar melhor assistência e condições de tratamento.

“Foi inspirador ver a comunidade se unindo e caminhando juntos pela causa da epilepsia. O apoio e a conscientização gerados por eventos como esse são fundamentais para promover a inclusão, a compreensão e a qualidade de vida das pessoas que convivem com essa condição”, disse  Maria Alice Susemihl, Presidente da Associação Brasileira de Epilepsia, bióloga e portadora de Epilepsia.

Além da ação na Avenida Paulista, a ABE organizou mobilizações em outros seis estados do país.

Números e cenário da epilepsia no Brasil

De acordo com os especialistas da ABE, cerca de 2% dos brasileiros, o equivalente a 4 milhões de pessoas, têm epilepsia. Já dados da Secretaria de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, mostram que cerca de 30% dos pacientes enfrentam estágios graves da doença, evidenciando a necessidade urgente de atenção e tratamento adequados.

epilepsia

A ABE desempenha um papel fundamental na conscientização e na defesa dos direitos das pessoas com epilepsia. Ainda segundo Susemihl é essencial garantir que todos os pacientes tenham acesso a tratamentos eficazes no Sistema Único de Saúde e suporte. “No momento, a terapia VNS — usada em quadros graves — não está sendo disponibilizada como deveria pelo governo e diversas pessoas sofrem uma perda na qualidade de vida, devido à falta de oferta desses tratamentos mais caros”, pontuou.

Tratamentos com Cannabis para epilepsia

“O Canabidiol foi incorporado ao SUS,  em alguns estados, para tratamento de Síndrome de Dravet, Lennox Gastaut e Esclerose Tuberosa, que são epilepsias raras. A disponibilização, no entanto, ainda necessita da publicação de Protocolo específico que determine as regras para sua utilização”, explicou Susemihl sobre a perspectiva da ABE em relação aos tratamentos com CBD para condição.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de São Paulo confirmou que medicamentos à base de Cannabis medicinal devem começar a ser oferecidos no SUS paulista no início de maio

A partir de maio, o Sistema Único de Saúde (SUS) começará a distribuir remédios de Canabidiol em São Paulo. O fornecimento é garantido através da lei estadual nº 17.618, de 31/01/2023..

As medicações estarão disponíveis para portadores das seguintes doenças: e doenças:

  • Síndrome de Dravet,
  • Síndrome de Lennox-Gastaut
  • esclerose tuberosa

CBD tem efeitos benéficos no controle das crises epilépticas em alguns pacientes

O Canabidiol (CBD), um dos componentes ativos da Cannabis, tem propriedades anticonvulsivantes e pode reduzir a frequência e a intensidade das crises em algumas formas de epilepsia, especialmente nas formas refratárias ao tratamento convencional.

Foi o cientista brasileiro Dr. Elisaldo Carlini o primeiro a detectar que o CBD é eficaz contra convulsões há mais de 40 anos. Agora, os acadêmicos australianos fundamentam as alegações de que o efeito entourage é mais eficiente contra a epilepsia.

Em 2018, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o registro do primeiro medicamento à base de CBD no Brasil, indicado para o tratamento de crises epilépticas associadas a duas síndromes raras e graves da infância: a Síndrome de Lennox-Gastaut e a Síndrome de Dravet.

E recentemente um estudo comprovou que extratos de Cannabis da planta inteira são mais eficientes para tratar a epilepsia do que as formas isoladas de CBD. A descoberta foi feita na Universidade de Melbourne, na Austrália, e publicada no periódico Journal of Cannabis Research.

A pesquisa investigou o efeito do extrato de Cannabis da planta inteira em canais de sódio dependentes de voltagem na epilepsia. É por esses canais que começa a ação nos neurônios que resultam em crises epilépticas. E é justamente na inibição desses canais que muitos medicamentos anticonvulsivantes atuam, inclusive os que têm CBD em sua composição.

A atividade reguladora do CBD contra a epilepsia

Já o artigo Cannabidiol modulates excitatory-inhibitory ratio to counter hippocampal hyperactivity trouxe uma pesquisa inovadora que revelou novos insights sobre como o CBD exerce seus efeitos anticonvulsivantes. Os pesquisadores da Universidade de Nova York observaram que o canabinoide reduz a hiperexcitabilidade dos neurônios ao interromper um ciclo de feedback positivo prejudicial.

Segundo o estudo, o CBD regula a atividade de um fosfolipídio endógeno batizado LPI. Normalmente, o LPI tem a função de aumentar a atividade neural excitatória e o desequilíbrio dessa substância no nosso cérebro pode levar a crises e convulsões.

Além disso, o LPI também estaria envolvido na atividade inibitória do cérebro e o faz por meio do receptor GPR55, que é apontado por alguns estudos como um receptor canabinoide. Esse receptor estaria presente no sistema nervoso central e cumpriria um papel importante na regulação de estresse e ansiedade. Assim, quando a produção de LPI está funcionando de forma anormal, o cérebro como um todo tem suas atividades afetadas.

Atividade complexa e ampla

O estudo também destacou que o CBD também reduz convulsões regulando outras enzimas e canais iônicos no cérebro. Isso demonstra como a atuação do canabidiol nos casos de epilepsia é extremamente complexo além de quase milagroso. E isso sem causar efeitos adversos severos nos pacientes.

Os autores do artigo concluíram que “o CBD fornece um potencial agente terapêutico em pacientes com epilepsia resistente ao tratamento que não responderam aos moduladores de receptores GABA (por exemplo, benzodiazepínicos), possivelmente devido aos efeitos do LPI-GPR55. Nossas evidências sugerem que a hiperatividade poderia desencadear a desinibição sináptica induzida pelo LPI, diminuindo ainda mais o limiar para convulsões recorrentes”.

Ainda destacaram que “ao restaurar a abundância do cluster do receptor GABA, o CBD pode restabelecer a eficácia dos benzodiazepínicos, contribuindo assim para a eficácia clínica do CBD na terapia combinada com benzodiazepínicos, além de possíveis interações farmacocinéticas no metabolismo dos medicamentos”.

A importância do “Março Roxo”

A campanha “Março Roxo” tem como objetivo destacar a importância da conscientização sobre a epilepsia, uma condição neurológica que afeta um grande número da população global.

De acordo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam essa condição. No cenário brasileiro, o Ministério da Saúde aponta que 25% dos casos de epilepsia são diagnosticados como graves, impactando consideravelmente a qualidade de vida dessas pessoas. É neste cenário que os tratamentos com Cannabidiol se tornam uma alternativa confiável e segura para quem busca qualidade de vida para conviver com a condição.

Leia mais sobre tratamentos com Cannabis para epilepsia:

Acompanhamento médico é fundamental

Para incluir ou retirar qualquer medicação de um paciente com epilepsia, é fundamental ter o acompanhamento de um profissional da saúde capacitado para isso. Os benefícios do CBD para conter convulsões exigem a orientação de um profissional da saúde para trazer o máximo de ganhos para o paciente.

Se você deseja iniciar um tratamento para a saúde utilizando a Cannabis, é possível fazer de forma legal e segura. Acessando a nossa plataforma de agendamentos, você pode marcar uma consulta com um dos nossos médicos e dentistas. São mais de 250 profissionais que estão preparados para avaliar o seu caso e recomendar a melhor opção terapêutica. Marque já a sua consulta!

 

Denise Tamer

Mãe, jornalista formada na PUC-RS com mestrado em comunicação e cultura realizado no Uruguai, na Universidad Católica de Uruguay. Foi em Montevidéu, onde estudou, trabalhou na UNESCO e mergulhou no universo da Cannabis. Atualmente vive na fronteira entre Uruguai e Brasil e atua nos diversos ecossistemas da Cannabis medicinal.

SISTEMA ENDOCANABINOIDE NOS PROCESSOS PATOLÓGICOS

Mecanismos de ação começam a ser explicados e o potencial terapêutico cresce para tratamento nas áreas: metabologia, neurologia, psiquiatria, doenças autoimunes, e oncologia. Neste contexto, inúmeros pacientes, sofredores de doenças graves, passaram a contar com uma alternativa concreta de conseguir alívio para o seu sofrimento. Por outro lado, apesar da ampla proibição internacional, a história remota do uso médico, religioso, recreativo e o atual conhecimento científico, têm demonstrado que o potencial terapêutico da cannabis mostra-se seguro, eficaz, econômico, com menos efeitos colaterais que muitos medicamentos amplamente utilizados. Resultados promissores têm sido observados, mas ainda faltam estudos clínicos prospectivos e duplos cegos para uma ampla aceitação da utilização da cannabis e seus derivados como alternativa terapêutica. Com pouco mais de 20 anos de descoberta dos receptores canabinoides, existe um número considerável, e crescente, de publicações científicas relacionando o potencial terapêutico da cannabis e seus canabinoides para varias doenças.

Perguntas frequentes

Quem pode se associar à ABRAPPAC?

Para se associar a ABRAPPAC é preciso residir no Brasil, maior de 18 anos ou menor representado(a) pelo(a) responsável legal, e portador de doença passível de tratamento complementar com cannabis medicinal.  Pacientes em uso ou ainda virgem de tratamento podem se associar.

Click aqui para acessar nosso formulário de inscrição

Como é o tratamento com cannabis medicinal?

O benefício medicinal da cannabis pode ser alcançado utilizando desde a forma “in natura”, fumada ou vaporizada; ingerida ou aplicada na forma de óleos ou extratos; ou beneficiada farmacologicamente para isolamento de canabinoides na forma de comprimidos, cápsulas ou sprays para uso na mucosa oral. Devido a predominante política proibicionista internacional, tanto pesquisadores quanto pacientes encontram muitos obstáculos para a utilização médica da cannabis. Ainda existem poucos estudos clínicos, entretanto a pesquisa científica de base tem mostrado resultados surpreendentes. O uso medicinal de um óleo de cannabis rico em CBD, muito bem tolerado por crianças epiléticas brasileiras com poucos efeitos colaterais, atesta a segurança deste tratamento canábico. O site da ABRAPPAC pode ajudar você a conhecer o potencial terapêutico da cannabis em várias doenças.

É permitido cultivar cannabis para fins medicinais no Brasil?

Infelizmente ainda não, tanto para uso recreativo quanto medicinal. Ao rigor da Lei, o plantio de cannabis, mesmo em pequenas quantidades, configura crime de tráfico de drogas. Apesar de uma legislação ultrapassada, muito se tem discutido sobre o “Plantio de cannabis para consumo próprio”. Tem sido entendimento de alguns magistrados brasileiros que o plantio de cannabis, desde que comprovado que é para consumo próprio, não é tráfico de drogas e o delito é desclassificado para “porte de drogas”.  Ação movida pelo Ministério Público Federal de Brasília (Processo nº 0090670 -16.2014.4.01.3400), que corre na 16ª vara do Tribunal Regional Federal da Primeira Região contra a ANVISA e União, prevê a importação de sementes para plantio medicinal. Este processo, conta com decisão preliminar que. atualmente, está em fase de recursos.

O Óleo ou extrato de cannabis rico em CBD, utilizado para controle de epilepsia refratária, é um medicamento formal?

Não. Nos EUA, tais produtos são considerados suplementos alimentares e podem ser comercializados sem necessidade de receita médica, basta procurar uma loja especializada real ou virtual, pagar e levar. A exigência de receita médica, relatório médico e termo de responsabilidades são determinações das autoridades brasileiras. A ABRAPPAC entende que, para casos graves de epilepsia refratária, é interessante determinar uma dosagem mínima de CBD capaz de controlar satisfatoriamente as crises. Deste modo, os pais poderão planejar a continuidade, utilizarão somente o suficiente, evitando o desperdício que é relevante. O custo do produto em dólares é inacessível para a maioria dos brasileiros. Por outro lado, o risco de superdosagem, determinando intoxicação severa, deve ser mínimo. Se esse risco fosse relevante, os óleos ou extratos de cannabis rico em CBD jamais seriam classificados como suplementos alimentares e comercializados livremente na América.

SISTEMA ENDOCANABINOIDE NOS PROCESSOS FISIOLÓGICOS

As pesquisas avançam e já se conhece muito sobre o papel do SE no sistema cardiovascular, trato gastrointestinal, fígado, sistema imune, músculos, ossos, sistema reprodutor e pele. No sistema cardiovascular, o SE está diretamente envolvido na recuperação do infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, complicações cardiovasculares diabéticas, aterosclerose, choque circulatório. No tudo digestivo, especialmente nos intestinos, motilidade, absorção, permeabilidade e controle do sistema imune são regulados pelo SE. A sensação de fome se relaciona com a ativação dos receptores CB1 no SNC. No fígado, o controle da gordura, fibrogênese, apoptose (morte celular natural) e proliferação dos hepatócitos dependem do SE.  Na pele, a recuperação do revestimento epitelial, produção de melanina, controle da atividade secretória, proliferação celular e até o crescimento do cabelo são regulados pelo SE. Nos músculos, o controle da divisão de mioblastos, células formadoras de micro túbulos, constituintes das fibras musculares, também se relacionam com o SE. Nos ossos, a manutenção da massa óssea através do controle dos osteoclastos (células que destroem o tecido ósseo) e osteoblastos (células produtoras do tecido ósseo) é regulado pelo receptores CB1 e CB2. No sistema imunológico, a ação do SE é complexa e, ao mesmo tempo, muito interessante. A secreção de citocinas (que atraem as células de defesa e induzem a formação de novos vasos) e outras substâncias diretamente relacionadas com processos inflamatórios são intermediadas pelos receptores CB2 e CB2.

Hello world!

Welcome to WordPress. This is your first post. Edit or delete it, then start writing!